Dantes éramos apelidados dos “maluquinhos dos computadores“, simplesmente porque fazíamos “coisas” que ninguém percebia, alguns usavam bata branca (como se os
computadores sujassem… não, mas as impressoras grandes sim!) e tínhamos que inventar muito, noites em claro, pois estava quase tudo por inventar.
Poupava-se nos nomes dos ficheiros (apenas 8 caracteres), no tamanho dos campos (ano só com 2 dígitos, por exemplo) e em quase tudo. Só não se poupavam os utilizadores, pois tudo era simples, às vezes demais, mas pouco simpático no que respeita à forma como o utilizador acedia a cada aplicação.
Lembro-me de alguns dos meus primeiros projetos, estávamos em 1980. Os Directores decidiam, os Analistas analisavam, os Programadores programavam, os Codificadores codificavam (os Codificadores???? Sim, na altura, em muitas empresas, os programadores escreviam os programas… em folhas Cobol! Depois os codificadores codificavam-nos em teclados – sem écran) e os utilizadores (os únicos com minúscula) não eram metidos nem achados. Recebiam a aplicação pronta e tinham que se adaptar!
Mas… há sempre um mas… os tempos mudaram, as várias funções hoje confundem-se e o Utilizador é REI, com maiúsculas.
Esta transformação tem levado a que seja fundamental humanizar as tecnologias de informação. E quem o fizer melhor e as soluções que o fizerem melhor têm o futuro nas mãos. As tecnologias estão a mudar, os Utilizadores estão a mudar e como tudo está sempre a mudar é preciso que se disponibilizem aplicações que vão ao encontro das necessidades dos utilizadores em cada momento e que se adaptem com facilidade e baixo custo ao momento seguinte.
Há que humanizar (mesmo) as tecnologias de informação.
Até amanhã.
Daniel Lança Perdigão
Improvement Agent & General Manager
UpSideUp
Excelente artigo, sobretudo de um ponto de vista histórico. O tempo vai-nos atropelando e não nos damos conta (sobretudo aqueles como nós que somos mais velhinhos….) de como as coisas eram no início (e este início, num passado muito próximo, remonta ainda para a década de oitenta do século passado!). Aqui não há lugar para nostalgias. Abraço
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